O Canto das Palavras


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quinta-feira, junho 12

Quando você não gosta de uma pessoa é apenas rancor.
É um problema que você tem consigo mesmo.
Quando você não quer que ninguém goste daquela pessoa aí é inveja mesmo.
É um problema que você tem com ela.
Quando você não gosta de uma pessoa, não quer que ninguém goste dela e ainda tenta convencer seus admiradores de que ela não vale a pena, aí já é uma patologia grave.
Você queria SER ela e ter os amigos e admiradores que ela tem.
Ou seja, você tem um problema consigo mesmo, com ela e com o mundo!
Rosana Hermann
Interessante e verdadeiro esse pensamento! É para ler, reler e guardar para, vez em quando, oferecer àquele ou àquela infeliz criatura que respira á tua sombra e cuja maior preocupação é se alimentar das sobras do seu dia.
Não há nada mais triste e desolador do que ser vítima da inveja, da cobiça, da traição. Você chega a sentir o olhar gelado e o sorriso forçado, mesmo que de costas para a pessoa portadora da pior doença que pode habitar a alma do ser humano: A INVEJA1!
Ela passa a vida engolindo veneno na esperança que você morra!
Sai pra lá olho gordo, bororó bororó bororó!!!

terça-feira, junho 10

Amor extremo


Por Ivan Angelo 11.06.2008

Príncipe, era o nome do cão। Mestiço, corpo forte, amarronzado, bravo com invasores, atento aos admitidos, amigo dos da casa, amoroso com o dono। O homem chama-se Fernando, seu Fernando, o Espanhol, e mora a três lombadas de morro do sítio onde costumo descansar. Ele tratava o cão como pessoa: conversava, explicava, agradecia, cobrava – tudo em bom português. Príncipe comunicava-se segundo suas limitações, e se entendiam bem.

Se acaso chegava, por exemplo, um telhadista, nome que dão lá ao especialista em telhados, o dono apresentava o cão ao profissional, explicava ao animal o que o homem viera fazer, mostrava por onde ele ia se movimentar e perguntava ao cão se estava entendido. Vizinhos contam que o cão aquiescia deitando-se.
– Impressionante. O cachorro observava sossegado o serviço do homem. O cara pegava telha, sarrafo, serrava, ia ao carro buscar pregos, voltava, subia na escada, tudo bem. Quando ele se afastou da rota autorizada, para beber água na bica do tanque, o cachorro se levantou rápido e se postou na frente dele, todo arrepiado, rosnando para atacar. Se o homem não recua, já era. O Espanhol veio de lá de dentro, dar água para ele.
O dono e o cão costumavam conversar à tarde, pôr-do-sol. Seu Fernando sentado na cadeira da varanda; Príncipe, deitado ao lado, recebia uns afagos na cabeça, nas orelhas, tapinhas no tórax, e gemia suas opiniões. Eram casos, comentários, ordens. O cachorro ouvia instruções: "Príncipe, tem gambá comendo os franguinhos, os ovos. Pode não. Dava restos da rapina para o cachorro cheirar. Um, dois, três gambás amanheceram depositados no quintal da cozinha, mortos.
– Impressionante – confirmam.
Príncipe comia como rei. Vacinas, cálcio, vitaminas, tudo em dia. Mesmo bem cuidado, ficou doente.
Começou a mancar das patas traseiras. Radiografia: nada quebrado; sangue: negativo para cinomose; plaquetas: meio alteradas. Os sintomas pioraram. Recomendaram fisioterapia especializada. Seu Fernando levava pessoalmente o cão, três vezes por semana, a outra cidade, 80 quilômetros para ir, 80 para voltar. Iam conversando. Quatro meses sem resultados. Constataram câncer no reto. Operaram. O cão foi e voltou de ambulância. Tudo aceitava com a voz tranqüilizadora do dono. A recuperação foi penosa. Seu Fernando comprou um colchão de água para o doente, instalou-o na sala da casa, aplicava injeções, fazia os curativos, limpava-o, dava-lhe água e sopinha por sonda. Passou a dormir na poltrona reclinável ao lado do paciente. A ferida cicatrizou, Príncipe parecia melhorar, levantou a cabeça, apoiou-se nas patas dianteiras. Respirava mal, e mal andou, ofegante. Diagnosticaram pneumonia. Seu Fernando mandou vir equipamento de soro e oxigênio, a sala da casa parecia uma UTI. Conseguiu vencer a infecção. Príncipe levantou-se, ainda respirava com dificuldade. Constataram câncer pulmonar. Voltou para o colchão de água, o soro, o oxigênio. Opera? Não opera? Tem chances? Mulher e filhos do seu Fernando aconselharam eutanásia, fim do sofrimento dos dois, que já durava seis meses. "Nunca!", decretou o homem. Mais dois meses de agonia, ele sofrendo sem sair de perto. Príncipe morreu abraçado pelo dono.
Nessa altura, seu Fernando já não estava bem. Não largou o corpo do amigo a noite inteira, amanheceu ali balançando-se e soluçando de vez em quando, como se ninasse um adormecido. Não largou o corpo durante a manhã e a tarde. Não queria que o enterrassem, surdo aos rogos da família e dos vizinhos, entrou naquele estado pela noite, e de manhã a Defesa Sanitária, convocada, disse-lhe que ia interditar a casa. Só assim ele concordou com o sepultamento, fez o caixão com as próprias mãos, em prantos, e pessoalmente enterrou o amigo sob a mangueira.
Passa horas lá sob a mangueira, continuando as conversas da tarde। Tirando isso, está melhorando.

e-mail: ivan@abril.com.br

quarta-feira, junho 4

DAI PÃO A QUEM TEM FOME

Meu Brasil - Ilustração de Wal Pavão - Direitos Autorais Preservados

Na cidade de Joinville houve um concurso de redação na rede municipal de ensino.
O título recomendado pela professora foi: "dai pão a quem tem fome".
Incrível, mas o primeiro lugar foi conquistado por uma menina de apenas 14 anos de idade.
E ela se inspirou exatamente na letra de nosso Hino Nacional para redigir um lindo texto, que demonstra que os brasileiros verdes amarelos precisam perceber o verdadeiro sentimento de patriotismo.
Vejam o texto dessa jovem, que vem a ser uma demonstração pura de amor à Pátria e uma lição a tantos brasileiros que já não sabem mais o que vem a ser este sentimento cívico.

“Certa noite, ao entrar em minha sala de aula, vi num mapa-mundi, o nosso Brasil chorar:
O que houve, meu Brasil brasileiro? _ perguntei-lhe!
E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas:
Estou sofrendo.
Vejam o que estão fazendo comigo...
Antes, os meus bosques tinham mais flores e meus seios mais amores.
Meu povo era heróico e os seus brados retumbantes.
O sol da liberdade era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante.
Onde anda a liberdade, onde estão os “braços fortes”?
Eu era a Pátria amada, idolatrada.
Havia paz no futuro e glórias no passado.
Nenhum filho meu fugia à luta.
Eu era a terra adorada e dos filhos deste solo era a mãe gentil.
E era gigante pela própria natureza, que hoje devastam e queimam, sem nenhum homem de coragem que às margens plácidas de algum riachinho, tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-me desses novos tiranos que ousam roubar o verde louro de minha flâmula.
E não suportando as chorosas queixas do Brasil, saí de casa e fui para o jardim.
Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro que resplandece no lábaro que nosso país ostenta estrelado.
Pensei... conseguiremos salvar esse país sem braço forte.
Pensei mais... quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz?
Voltei à sala mas encontrei o mapa silencioso e mudo, como uma criança dormindo em seu berço esplêndido”.

Que exemplo!
O texto nos remete a uma reflexão muito séria quanto ao nosso papel na sociedade, especialmente levando em conta o fato de sermos uma minoria absoluta no nosso querido Brasil de analfabetos.
O momento é mais do que oportuno para seguirmos o exemplo da jovem, tomando uma posição firme e decisiva nas campanhas eleitorais que estão por vir.
Não é estranho para ninguém que nosso querido Brasil mergulhou numa crise sem precedentes, afetando direta e mais profundamente, exatamente os irmãos que têm pouca, ou nenhuma, educação e cultura e que, infelizmente, decidem efetivamente com seus votos o quadro político que estará (ou continuará a estar) à frente de nossos destinos.
O que fazer?
Ficaremos acomodados?
Deixaremos as coisas como estão?
Continuaremos apenas olhando o maior show de corrupção de nossa história?
Seremos cúmplices (por omissão), de um quadro que chega às raias da criminalidade (em todos os sentidos)?
Não dá mais para sermos apenas eleitores.
Não basta cumprir com o dever cívico cravando um x em nosso candidato.
O Brasil precisa dos que possuem esclarecimento um pouco acima da média.
Nosso povo, especialmente o mais humilde, precisa de nossa orientação, nossa ajuda mesmo, com relação aos que se propõem ocupar as vagas públicas em todos os níveis.
Só nos resta uma revolução pacífica, porém intensa e generalizada, manifestada pela atitude patriótica na condução dos que ainda não sabem o melhor caminho e não têm a escolha certa com relação aos candidatos constantes das urnas.
Assim como a jovem demonstrou seu amor à Pátria, redigindo um texto tanto patriótico quanto exemplar, devemos deixar o conforto de nossos lares e ir à luta, orientando cada brasileiro ainda em dúvida ou sem o esclarecimento necessário, fazendo com que nos livremos em definitivo dos “canceres” de nossa política e tenhamos em seu lugar, apenas aqueles comprometidos com o bem social.
O Brasil pode vir a ser um dos melhores países do universo para se morar e manter nossas famílias.
Porém a atitude pró-ativa em busca dessa mudança, orientando os milhões de analfabetos que têm direito ao voto, mas que infelizmente não sabem da importância daquele ato simples de sinalizar um x no número do candidato.
Talvez a única saída seja mesmo a luta corpo a corpo junto a esse universo excluído da formação educacional e sem o mínimo de condição para escolher os mais adequados ao nosso Brasil, neste momento tão difícil, decisivo e importante para a solução de nossos problemas.

Brasil:
Mais do que nunca precisamos entoar o nosso hino:
“Um filho seu não foge à luta”.